No dia de DzԲԳçã do Stress falámos com a Professora da Faculdade de Psicologia da Ǵ , Alexandra Marques Pinto, sobre o stress que os estudantes universitários sentem no dia a dia.
Dia da DzԲԳçã do Stress

Quais são as principais causas de stress na vida de um estudante universitário?
De acordo com a literatura na área, o stress na vida de um estudante universitário é multideterminado, para ele contribuindo fatores contextuais e de natureza pessoal.
Relativamente aos fatores de base contextual os mais relevantes relacionam-se com as exigências associadas à preparação e realização de avaliações, à pressão de tempo, designadamente nas épocas de exame, ao desenvolvimento e gestão de relações interpessoais com colegas e docentes, e à gestão de novos hábitos de vida pessoal (e.g., novos hábitos de sono e alimentares, férias / pausas, novas responsabilidades).
Do ponto de vista pessoal, o stress nos estudantes académicos pode estar também associado a recursos menos adequados designadamente no que refere às competências de resolução de problemas (e.g., estratégias de estudo) ou de regulação emocional (e.g., da ansiedade às avaliações) e à rede de suporte social do estudante.
Como é que um estudante pode identificar se vive sob stress?
O estudante pode identificar os fatores contextuais e pessoais, como os referidos, que estando presentes o colocam em maior risco de viver níveis excessivos e/ou demasiado frequentes de stress.
Por outro lado é também importante estar atento aos sintomas, fisiológicos, cognitivos e comportamentais, que acompanham a avaliação subjetiva da experiência de stress. Estes sintomas são muitas vezes o sinal de alarme que ajuda o estudante a tomar consciência de que “vive sob stress”.
De que forma se pode gerir?
Em termos gerais, a gestão pessoal do stress deve assentar nos seguintes aspetos:
• tomar consciência de que objetivo não é eliminar o stress em absoluto mas sim aprender a regulá-lo;
• aumentar o autoconhecimento / consciência sobre os fatores (contextuais e pessoais) e sintomas de stress que caracterizam a sua vivência académica pessoal;
• adquirir / desenvolver competências de resolução de problemas e de regulação emocional que lhe permitam lidar melhor com as exigências e regular melhor as suas próprias reações (sintomas) de stress;
• tomar consciência de que aprender a gerir o stress leva tempo e exige treino, de que as primeiras tentativas podem não produzir uma redução imediata do stress e é importante persistir;
• tomar consciência de que se os seus esforços pessoais não forem bem sucedidos, existem profissionais preparados para o ajudar neste plano, como é o caso dos psicólogos educacionais e clínicos.
Considera que o stress é um problema que se vai intensificar de geração para geração?
Não sabemos responder de modo fundamentado a esta pergunta pois não existem em Portugal estudos que comparem os níveis de stress, usando os mesmos indicadores, em amostras representativas de estudantes universitários.
Seria importante fazer a recolha de dados sobre este tipo de problemas sistematicamente junto dos estudantes das várias universidades a nível nacional para poder aferir esta eventual evolução e atuar preventivamente.
Se sim, é possível evitar?
O stress é um fenómeno vital, não é possível evitá-lo em absoluto, nem desejável fazê-lo, uma vez que em níveis ótimos contribui para a adaptação dos indivíduos. O importante sim é aprender a regulá-lo.
De todo o modo, é possível os responsáveis pelos sistemas educativos e / ou os próprios estudantes identificarem os fatores de risco que contribuem (no contexto e de natureza pessoal) para o stress académico excessivo e atuar preventivamente.
Nesse sentido é fundamental reduzir os fatores contextuais que contribuem para níveis excessivamente elevados ou prolongados de stress e disponibilizar recursos / promover competências junto dos estudantes que lhes permitam fazer uma melhor gestão do stress.
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