Para assinalar o Dia Mundial do Teatro, conversámos com Marcantonio Del Carlo, encenador do grupo de teatro ARTEC da Faculdade de Letras da ULisboa, sobre o teatro universitário, a sua evolução, o seu valor cultural e os desafios que enfrenta nos dias de hoje.
Marcantonio Del Carlo: “Um país culto será sempre um país mais forte.”

Nas palavras de Marcantonio, “Cada vez mais, o teatro é um local de encontro entre pessoas [...] e é gratificante enquanto ator e enquanto encenador ver que as casas de espetáculo estão cheias”. Apesar da nota positiva, não deixou de expor as limitações a que a área está sujeita devido à falta de apoio orçamental, salientando a necessidade de um maior investimento na cultura para garantir um país mais forte culturalmente.
Para o o encenador do ARTEC, o crescente interesse do público não se manifesta apenas no teatro profissional. “Quando o foi criado, o índice de público era muito reduzido, e havia espetáculos que às vezes nem chegavam a acontecer por não haver audiência [...] e, no entanto, nos últimos anos o esgota. [...] Isto prova que o teatro universitário está cada vez com mais qualidade”. Mas a verdade é que não foram só as audiências que aumentaram, mas também o interesse em fazer teatro académico: Marcantonio conta-nos que o número de inscritos para as audições do ARTEC tem vindo a aumentar, o que demonstra um interesse crescente, por parte dos estudantes, nesta atividade.
“É fascinante ver que, durante quatro meses, a vida destas pessoas é o ARTEC, portanto há muita coisa de que abdicam” confessou o encenador, expressando assim a sua admiração pelo trabalho e dedicação destes grupos. Durante a entrevista contou-nos ainda que no próprio ARTEC tem estudantes que dedicam três horas ao ensaio, três vezes por semana, conciliando ainda a sua atividade profissional e académica. Nas suas palavras “uma Faculdade devia valorizar isto” e defende que deviam existir mais apoios por parte das instituições, não necessariamente a nível financeiro, mas na disponibilização de espaços e equipamentos para os grupos poderem trabalhar. Aqui aproveitou para agradecer o apoio que a tem dado ao ARTEC nos últimos anos.
Para Marcantonio, a participação neste tipo de atividades extracurriculares é fundamental para o crescimento pessoal e profissional dos estudantes “é bom ir para o , é bom ir para o , é bom ganhar prémios – mas o que fica é o processo [...] de avançarmos e recuarmos, de decorarmos texto, de entrarmos em crise. E isso é o que faz crescer”.
Por fim, deixa um conselho: “Acima de tudo, o importante é que a malta se divirta, que esteja bem e que de alguma maneira se questione artisticamente, mas humanamente também”.
O ARTEC vai estar a participar na 24ª edição do , que decorrerá entre 15 e 25 de maio.
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