Nos últimos três anos e meio, investigadores de dois laboratórios do Centro de Ecologia, Evolução a Alterações Ambientais (CE3C) desenvolveram um estudo inovador, que revela novas informações sobre a distrofia muscular congénita tipo 1A (MDC1A).
Investigadores da Faculdade de Ciências da ULisboa demonstram como a falta de uma proteína afeta o desenvolvimento muscular no útero

O estudo, agora publicado na revista Life Science Alliance, explora de forma aprofundada os mecanismos que levam ao desenvolvimento da MDC1A, identificando novos alvos terapêuticos e abrindo caminho para o desenvolvimento de tratamentos que possam ajudar os pacientes que sofrem desta distrofia.
Este trabalho foi desenvolvido pelo Laboratório de Matriz Extracelular no Desenvolvimento e Doença () e o Laboratório de Mecanismos Moleculares de Doença (), com a colaboração de investigadores do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (), bem como de instituições internacionais, como a Universidade de Nápoles (Itália) e o Jacqui Wood Cancer Centre da Universidade de Dundee (Escócia).
A MDC1A, também designada por distrofia muscular congénita relacionada com LAMA2 (LAMA2-CMD), é uma doença rara e potencialmente fatal, com incidência na Europa de 10 a 14 casos por milhão de habitantes. É causada por alterações no gene LAMA2, responsável pela produção de laminina-α2, uma proteína essencial para o correto funcionamento dos músculos.
“Estamos otimistas de que os resultados alcançados poderão, no futuro, contribuir para novas terapias, oferecendo esperança para as famílias que lidam com esta doença incapacitante”, conclui , investigadora que lidera o grupo EMDD.
Através de modelos de ratinho para a doença, a equipa observou que células do músculo com alterações nesta proteína apresentam dificuldades de crescimento e desenvolvimento, “processos essenciais para a formação muscular, tanto no desenvolvimento embrionário como numa recuperação após a existência de lesões musculares.” explica , estudante de doutoramento nos grupos MMD e EMDD.
Entender os processos biológicos e moleculares que estão por detrás de uma doença é crítico para a descoberta de potenciais terapias. Nas palavras da investigadora , líder do grupo MMD, “Embora o estudo não traga uma cura imediata, proporciona uma nova compreensão dos processos biológicos envolvidos, o que poderá, no futuro, abrir portas para o desenvolvimento de novas terapias, nomeadamente no campo da terapia génica”.
No futuro, a equipa focar-se-á em duas frentes de investigação: o estudo de células obtidas de pacientes com a doença, para verificar se os processos observados em modelos de ratinho podem ser revertidos em células humanas e a exploração de estratégias de terapia genética que possam, um dia, corrigir as alterações no gene LAMA2 e auxiliar no tratamento da doença.
Fonte:
ULISBOA NEWS
Para que esteja sempre a par das atividades da ULisboa, nós levamos as notícias mais relevantes até ao seu email. Subscreva!